quinta-feira, 31 de janeiro de 2013






Museu Maria da Fontinha




Um Museu de Sentimentos










A Casa-Museu, agora Museu Maria da Fontinha, situa-se em Além- do- Rio, Gafanhão, Castro Daire e foi fundada por Arménio Vasconcelos e inaugurada a 5 de Agosto de 1984, pelo então Presidente da República, General Ramalho Eanes, com a presença do Ministro da Cultura, Embaixadores do Brasil, da Espanha e centenas de outras individualidades.

Tem hoje uma colecção de mais de 4500 peças, distribuídas pelos campos da pintura, escultura, etnografia, alfaias agrícolas e automóveis antigos e clássicos.

Em exposição e em reserva, contam-se alguns dos mais insignes Artistas portugueses, brasileiros, espanhóis, argentinos, franceses, malawianos, alemães, italianos, etc.

Ao longo dos seus 25 anos de existência, que comemorou no dia 8 de Agosto de 2009, com a passagem a Museu, tem recebido variadíssimas condecorações e galardões de entidades brasileiras e portuguesas que exercem acções no campo da cultura, dezenas de honrarias, de onde sobressai uma Moção de Congratulação e Louvor da Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

Ali se localiza o núcleo central do recém - criado «Museu Territorial do Vale da Paiva e Serras», que engloba cerca de 50 pólos culturais e de interesse, distribuídos pelos concelhos de Vila Nova de Paiva, Castro Daire, S. Pedro do Sul e Arouca, em espaços ligados à Paiva e às serras que a beijam de onde se destacam patrimónios paisagísticos, artísticos, arquitectónicos, históricos, religiosos, geológicos, arqueológicos, musicais, etnográficos e gastronómicos.

Pela importância, riqueza e diversidade dos« patrimónios tangíveis e intangíveis »desta região, a musealização do Vale da Paiva e Serras representará um grande passo para o reconhecimento e valorização da sua identidade, visando um maior desenvolvimento pelo turismo sustentável e a consequente melhoria nas condições de vida das populações.

O Museu foi fundado por Arménio Vasconcelos, em homenagem a sua avó, Maria do Carmo Rosário, a Maria da Fontinha, que em Além- do- Rio viveu cerca de 50 anos e que ali foi sepultada, depois de trasladada do Rio de Janeiro, onde faleceu em 1970.










No espaço envolvente ao edifício principal, podemos visitar o Parque da Fontinha, com o Chafariz Quinhentista, relíquia de Castro Daire; a Capela construída em 1982, no local onde Maria de Fontinha muitas vezes rezava ao toque das Trindades e de que é Orago Nossa Senhora do Carmo, que a mesma venerava; o Auditório Memorial José Vasconcelos, salão polivalente todo construído em xisto e carvalho, materiais nobres da região, com cerca de 300 metros quadrados, dotado de 250 cadeiras, palco e camarim, onde se realizam cerimónias, exposições, récitas, espectáculos musicais e de teatro e onde está sempre patente uma exposição temporária, renovada mensalmente; o Lago dos Peixes; a Escolinha do Professor Ricoca, em homenagem aos professores do ensino primário e decorada com mobiliário e muitos outros objectos usados nas escolas, nas décadas de 40 e 50 do século passado; o Quarto onde figuram dezenas de peças de etnografia pertencentes e usadas pela patrona do Museu; o Mausoléu de Maria da Fontinha, ricamente contruído em granito e onde, num sarcófago artístico, rodeado de várias peças assinadas por Artistas consagrados, se encontram os seus restos mortais, assim como os de seu filho, genro e neto; e muitos outros espaços de grande beleza, onde se pressente a enorme sensibilidade, a riqueza de carácter e a vastíssima cultura de Arménio Vasconcelos, que ali nasceu também.

No Auditório José Vasconcelos foi criada, no passado dia 8 de Agosto e com a presença de altas entidades ligadas à Administração e à Cultura de onde se destacava uma grande embaixada do Brasil, a Academia de Letras e Artes Lusófonas- ACLAL, com o apoio de cerca de seis centenas de membros fundadores, residentes nos oito países da Lusofonia. Foi um momento de grande solenidade e de grande significado, em que foi revelada a primeira acção da nova Academia - levar o apoio ao ensino da Língua Portuguesa à região de Margão, na longínqua Índia.

O facto de a ACLAL ter aqui a sua sede reveste-se de grande importância para a região e enche-nos de orgulho. Doravante, através desta Academia, a nossa terra será certamente mencionada vezes sem conta pelos diversos «longes» da Lusofonia e receberá a visita de grandes nomes e de grandes cargos ligados à Cultura Portuguesa espalhada pelo Mundo.

Todas as acções levadas a cabo pelo Museu Maria da Fontinha ficam a dever-se ao dinamismo, ao empenho, ao saber e à capacidade de sonhar do seu fundador e director.

Arménio dos Santos Vasconcelos nasceu em Além- do- Rio, em 1942.

Aí passou parte da infância, na companhia de sua avó, Maria da Fontinha, que sobre ele exerceu grande influência e a quem, até hoje, está ligado por fortes laços de afecto.

Ainda criança, partiu com a mãe para o Brasil, ao encontro do pai, que para aquele país tinha emigrado. Aí viveu o resto da infância e grande parte da juventude. Aí regressou e regressa por muitas vezes. Aí conserva um sem - número de amigos e admiradores. Aí deixou um nome respeitado, muito particularmente em vários domínios da Cultura.

Não admira, pois, que considere o Brasil como sua segunda Pátria e que daí lhe cheguem todos os apoios afectivos.

Não admira, pois, que o Museu Maria da Fontinha possua o maior acervo do mundo, de artistas plásticos brasileiros, fora de território do Brasil.



ARMÉNIO VASCONCELOS


Licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, Engenheiro Técnico Agrário, Empresário, Museólogo e Autor de vários livros, Arménio Vasconcelos é, em primeiro lugar, um Humanista e um grande POETA.

Foi distinguido, em 1993, com o Galardão do Município de Leiria, cidade onde tem residência.

É Comendador Grande - Oficial da Ordem do Mérito das Belas Artes do Brasil.

Foi-lhe atribuída a Medalha Tiradentes, o mais alto Galardão concedido pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e ainda a Medalha Jorge Amado, da União Brasileira de Escritores.

Cidadão Honorário do Município do Rio de Janeiro, Membro Honorário do Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica e da Academia Brasileira da Literatura, o Fundador e Director do Museu Maria da Fontinha é ainda Académico « Honoris Causa» da Academia Brasileira de Belas Artes e possui muitas outras distinções que o elevam à dimensão dos grandes vultos da Lusofonia.



Tem dedicado grande parte da sua vida e do seu entusiasmo às causas da Cultura e nutre um especialíssimo carinho e orgulho pelas raízes de onde provém, instituindo prémios para estímulo dos que mais se distinguem nos diversos aspectos culturais da sua região de origem.

O Museu Maria da Fontinha e Arménio Vasconcelos são, com toda a justiça, símbolos maiores das tradições de um povo que, espalhando-se pelo mundo, sempre aqui regressa, no apego e na devoção de se sentir feliz «entre o tojo e a giesta, nestes carreiros pisados por heróis», nestes caminhos bordados de alecrim e rosmaninho, perdidos na Serra que se espelha em águas onde orgulhosamente nos miramos, em elevada auto- estima, à beira-Paiva




Aurora Simões de Matos

Do Livro  "Imagens da beira-Paiva "----2010  (em 2ª edição )

2 comentários:

ruy disse...

Gostaria de poder entrar em contacto com o Armenio. Perdi o contacto (email dele). Sou primo da mãe dele.
Sou Ruy Netz varzia, filho de Abilio do Rosario Varzia e Nelly Elsa Netz Varzia. Sou do Rio de Janeiro Brasil. Caso se possível enviar meu email para ele.
Email ruynetz@bol.com.br ( tenho outros emails, mas uso mais esse)
Antes de mais nada, muito obrigado
Ruy

raiz de xisto disse...

Acabei de reencaminhar o seu comentário para o Dr. Arménio Vasconcelos. Espero que ele leia e lhe responda. Fiz a minha parte.

Cumprimentos

Aurora Simões de Matos