TERTÚLIA
"ARTES E LETRAS NO HOTEL LAMEGO"
NATAL DE 2013
DIA 14 DE DEZEMBRO DE 2013
PRIMEIRA PALESTRA
"O ESPÍRITO DO NATAL ATRAVÉS DOS TEMPOS"
Pela Dra. Isolina Guerra
Nota introdutória:
o afastamento das letras, da leitura, da escrita de lazer faz com que a mente
entorpeça e os dedos se recusem a acompanhar o pensamento que se produz.
Trabalhando agora na Biblioteca
Escolar e vendo a avidez de um grande número de alunos que fazem requisição semanal
de livros (com respetivas fichas de leitura), a adesão ao Concurso Nacional de leitura, o registo que têm de palavras belas
de quem já sente a literatura como sua, deixam-me sentir muito pequenina
neste mundo da literatura.
Daí que a minha sensação seja a
de poder expressar pouco por palavras o que o espirito sente bem lá no fundo, mas
vamos tentar:
Foi-me pedido para abrir esta Tertúlia
de gente tão nobre nas lides da escrita, para falar de um tema que é muito
querido a todos nós:
Ø " O Espírito de Natal através dos tempos"
A vertente que me foi proposta
soube-me a viagem e lá fui eu procurar no meu “baú de memórias” o que lembro…
Natal… digam o que disserem, é nascimento de um Ser especial – o Menino
Jesus.
A data correta? ...Que interessa? Apenas aos cientistas cabe decifrar…
a nós interessa-nos que foi “há muito, muito tempo…”
Onde?... Lá longe, numa terra distante…
Quem viu?... Maria e José, pastores humildes e simples e Magos ricos e
sábios foram as testemunhas que nos revelaram…
O contexto?... Um tempo de lutas de povos para provar a sua supremacia
e o seu poder… os fracos, esses esperavam um Salvador!
O Espirito do Natal?... Nasceu há muito, muito tempo, lá nesse país
distante, pelo sorriso de um recém-nascido adorado pelos simples e pelos sábios,
observado e aconchegado nos braços da Sua Mãe que o oferecia ao mundo para ser
o seu Salvador…
Foi vivido e celebrado ao longo
dos séculos da História este acontecimento perpetuando a memória que não se
apaga e de várias formas sempre foi lembrado, através das gerações.
Foi S. Francisco de Assis que, em
1223, construiu o primeiro Presépio de que há memória, tentando reconstituir,
numa gruta em Greccio, Itália, o acontecimento ocorrido, de forma a melhor poder
instruir o povo que assistia às cerimónias. Era pela imagem que a fé se disseminava
pelo povo, na sua maioria analfabeto.
Na beleza dos rituais, nas
sensações causadas pelas imagens, conseguia-se criar o espirito desejado, para se
perpetuar no tempo a mensagem desejada.
A tradição destas construções
correu célere no tempo, no espaço físico, nas mentalidades e foi perpetuando o
acontecimento que lhe deu origem, construindo-se de forma rica ou pobre, com
mais ou menos adereços em cada Lar, para celebrar um tempo passado.
Pintores, escultores, todos se
esmeraram em fazer o seu “Presépio” especial que conseguisse traduzir o
sentimento que lhes aflora à alma, quando lembram o acontecimento ocorrido há
mais de 2 mil anos.
Cantores e escritores louvam nas
suas odes e nas suas linhas esse Menino que se ofereceu para nos dar algo muito
especial.
E o Espirito do Natal foi-se
enraizando na memória dos nossos antepassados, que o transmitiram às gerações
vindouras, num constante perpetuar de tradições e rituais.
Quando procurava algo, lá pelas
prateleiras de casa, para ilustrar este tema, veio-me à mão este livro :“Natal Renascido” da autoria de 36 autores, onde cada um mostrou o que pensa, sente e expressa sobre
o Espirito de Natal.
Ora... e se me permitem, aqui vai uma parte de um
texto:
«...Por vezes felizes, por vezes mais descontentes com as nossas prendas, abríamos os embrulhos que se encontravam junto de cada sapato. Depois, era a hora de aceitar carinhosamente o que nos fora reservado.
A hora era de preparar para ir à MISSA DE NATAL, estreando as roupas novas ou os sapatos que faziam parte do leque das nossas prendas e exibi-las com orgulho perante todos.
Regressados a casa, almoçávamos e de seguida corríamos a casa dos vizinhos (se o tempo o permitia), para partilhar as prendas com os nossos amigos.
E o tempo passava alegre e feliz, ignorando a autoria das nossas prendas, acreditando piamente que o Menino Jesus fazia o milagre de sair da sua cabaninha e vir trazer-nos a prenda que tanto desejávamos.
Momentps felizes que, vindos hoje à minha memória, trazem os sabores, as sensações, a alegria dos sentimentos que ficaram gravados bem fundo do ser e que ainda hoje parecem vivos...»
«...Por vezes felizes, por vezes mais descontentes com as nossas prendas, abríamos os embrulhos que se encontravam junto de cada sapato. Depois, era a hora de aceitar carinhosamente o que nos fora reservado.
A hora era de preparar para ir à MISSA DE NATAL, estreando as roupas novas ou os sapatos que faziam parte do leque das nossas prendas e exibi-las com orgulho perante todos.
Regressados a casa, almoçávamos e de seguida corríamos a casa dos vizinhos (se o tempo o permitia), para partilhar as prendas com os nossos amigos.
E o tempo passava alegre e feliz, ignorando a autoria das nossas prendas, acreditando piamente que o Menino Jesus fazia o milagre de sair da sua cabaninha e vir trazer-nos a prenda que tanto desejávamos.
Momentps felizes que, vindos hoje à minha memória, trazem os sabores, as sensações, a alegria dos sentimentos que ficaram gravados bem fundo do ser e que ainda hoje parecem vivos...»
Mas crescemos… e o que acontece
com este Espirito de enlevo, de memórias de um Natal passado?
Vejamos…
«...Tudo foi substituído: o Menino Jesus pelo Pai Natal...o elaborar carinhoso de uma prenda pela compra de objectos...a confecção das iguarias pela aquisição no exterior...o Presépio, como parte principal, deu lugar à Árvore de Natal ricamente decorada...e tantas outras mudanças. E o pior foi a perda do encantamento das crianças...
...E agora?
Chegou a hora de deixar de lado o meu baú e olhar firmemente a realidade lá fora...
Ainda há Natal?
Resolvi abrir a janela do mundo, a Internet. e fui visitar o Natal das crianças de hoje.
Pecorri mundos e sítios, notícias e histórias, fiz do meu ecrã um lugar de passeio pela Humanidade e o que encontrei fez-me tremer de infelicidade...»
«...Tudo foi substituído: o Menino Jesus pelo Pai Natal...o elaborar carinhoso de uma prenda pela compra de objectos...a confecção das iguarias pela aquisição no exterior...o Presépio, como parte principal, deu lugar à Árvore de Natal ricamente decorada...e tantas outras mudanças. E o pior foi a perda do encantamento das crianças...
...E agora?
Chegou a hora de deixar de lado o meu baú e olhar firmemente a realidade lá fora...
Ainda há Natal?
Resolvi abrir a janela do mundo, a Internet. e fui visitar o Natal das crianças de hoje.
Pecorri mundos e sítios, notícias e histórias, fiz do meu ecrã um lugar de passeio pela Humanidade e o que encontrei fez-me tremer de infelicidade...»
.........
E assim manteremos vivo o
Espirito de Natal que se renova a cada dia, na Esperança que se faz vida em cada
criança que nasce, porque ela traz missão para cumprir e tem nas suas mãos o
poder de mudar o Mundo.
E que nós nunca deixemos de viver
o encantamento do NATAL!!!
Isolina Guerra
Isolina Guerra
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SEGUNDA PALESTRA
ANUNCIAÇÃO... PERSPECTIVA E MISTÉRIO
PELO DR. JOSÉ PESSOA
ACIMA, ALGUMAS DAS IMAGENS PROJECTADAS EM ÉCRAN
PARA DOCUMENTAR A BRILHANTE INTERVENÇÃO
DO DR. JOSÉ PESSOA
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( PRIMEIRA CANÇÃO DE NATAL GALAICO-DURIENSE,
CANTADA EM CORO PELOS TERTULIANOS )
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TERCEIRA PALESTRA
"OS CONTOS DE NATAL NA LITERATURA"
PELO DR. ANTÓNIO MARTINS
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GALERIA DE FOTOS
Aurora Simões de Matos
Fundadora e Coordenadora desta TERTÚLIA