PARA QUÊ...?
Alta noite, silêncio, escuridão
Eu... cantando meu verso dolorido
Verso que se solta da minha mão
Como pena que esvoaça sem sentido
Longe de tudo, tão longe do mundo
Na fria noite deste desamor
Em vez de dormir já sono profundo
Brado em verso este meu clamor
E quem ouve meu brado, quem me lê
Se toda a gente dorme a esta hora
E não há vento que me leve a voz?
Para que escrevo versos, para quê
Se qualquer noite eu me vou embora
E os deixarei ficar... tristes e sós?
Aurora Simões de Matos