domingo, 27 de abril de 2014

POETAS DE ABRIL



POETAS DE ABRIL



Vasta foi a OBRA POÉTICA gerada pelas emoções de Abril...

Grandes foram as esperanças renascidas dessas 

emoções...


Já lá vão 40 anos...e entretanto...



- O que aconteceu, para se terem gorado tantas 

esperanças?

- O que é feito daquela alegria espontânea vivida nas ruas,

 nas praças e na alma de quem acreditou?

- Porque se perdeu a linguagem da nossa crença?

- Onde acabou a certeza e onde começou a dúvida?

- Como fomos capazes de manchar a dignidade da nossa

 independência?

- Que caminhos são estes em que lançaram a nossa boa fé?



Calaram-se os POETAS DE ABRIL...

Precisamos que outras vozes se ergam...para que se cumpra

 o Poema interrompido...





                     Aurora Simões de Matos

terça-feira, 22 de abril de 2014

Jaime Gralheiro --- Curriculum Vitae




Jaime Gralheiro homenageado nos 40 anos do 25 de Abril

Por iniciativa da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, será dado o nome do dramaturgo ao Cineteatro daquela cidade






CURRICULUM VITAE



JAIME GRALHEIRO


Advogado, escritor, dramaturgo, encenador, professor e político



 

 JAIME Gaspar GRALHEIRO, advogado, dramaturgo, escritor, encenador e político, nasceu em Macieira, freguesia de Sul do concelho de S. Pedro do Sul, no dia 07/07/193...0. Depois de estudar no Colégio de Lamego e no de João de Deus, no Porto, rumou para Coimbra onde se licenciou em Direito.
Em Coimbra fez parte da TUNA, do ORFEON e ajudou a fundar o CITAC.
Após se ter licenciado fez o estágio à advocacia em Viseu, tendo montado escritório em S. Pedro do Sul, onde exerceu essa profissão desde 1958 a 2011, acabando por ter intervenções forenses, mais ou menos, por todo o país
Foi Delegado da Ordem dos Advogados desde o início da década de 70 até ao final da de 90, tendo intervindo em todos os Congressos dos Advogados Portugueses, Assembleias Nacionais e outras realizações plenárias da classe.

Como jurista escreveu “Comentário à (s) Lei (s) dos Baldios” e “Comentário à Nova Lei dos Baldios”, para além de ter escrito artigos técnicos em revistas da especialidade.
Como dramaturgo escreveu as seguintes peças teatrais:
1950-FEIA (publicada na revista Inicial do Colégio João de Deus - Porto);
1962- EPIFÂNIO LACERDA (mais tarde publicada com o nome de “Paredes Nuas” - representada pelo “Aurora da Liberdade”, Matosinhos, em 1962/63);
1963- BELCHIOR (representada por várias coletividades, depois do 25 de Abril de 1974);
1964- RAMOS PARTIDOS, proibida pelas autoridades político-policiais da época (Governador Civil de Aveiro) de ser representada pelo CETA (Aveiro) em 1967. (Estas três peças foram publicadas, em 1967, num livro único, sob o título genérico de Teatro - edição de Autor);
1964- FARRUNCHA (infantil; publicada em 1975 pelo FAOJ); representada inúmeras vezes, por vários grupos de teatro, Escolas e coletividades).
1967/68- O FOSSO (publicada em 1972, como n.º 1 da Cena Actual do Jornal do Fundão); representada antes do 25 de Abril de 1974 clandestinamente no TUP, por um Grupo de Amadores dos arredores do Porto, e por várias coletividades, designadamente pelo TEB (Barreiro), depois dessa data.
1973- NA BARCA COM MESTRE GIL (escrita em 1973 e publicada em 1978 pela editorial “Caminho”); só pôde ser representada pelo “Cénico” de S. Pedro do Sul, após o 25 de Abril de 1974. Foi o último texto integralmente proibido pelo “Exame Prévio” fascista.
1975- ARRAIA MÍÚDA (escrita em 1975 e publicada em 1976 pela editorial INOVA); representada pelo TEUC, “Cénico” de S. Pedro do Sul e TEC e, também, por vários Grupos de Amadores: Foi, talvez, a primeira peça escrita sobre a Revolução de Abril, a coberto da de 1383..
1976- D. BELTRÃO DE REBORDÃO (infanto-juvenil; inédita); representada pelo “Cénico” de S. Pedro do Sul.
1977- O HOMEM DA BICICLETA (dramatização do romance de Manuel Tiago: “Até amanhã, camarada”) publicada pela SPA em 1982; representada pelo “Cénico” em 1978;
1978- VIERAM PARA MORRER”(3º prémio da SEC, publicado pela Moraes em 1979); representada, em síntese, pelo Teatro da Malaposta em 2011);
1978 - Foi considerado o Autor português mais representado neste ano.
1980- ONDE VAZ, LUIZ? (escrita em 1980 e publicada pela editorial Vega em 1983); representada pelo TEC, numa encenação notável de Carlos Avillez, pelo “Cénico” de S. Pedro do Sul, numa encenação do A., e pelo Teatro Construção de Joane – Vila Nova de Famalicão;
1985- COMADRES ou “Quem é que é afinal?” (monólogo) – integrado no espetáculo da “Comuna”: Farsa você mesmo (1986);
1986- O GRANDE CIRCO IBÉRICO (1º prémio do Concurso do CITAP/ Amadora, 1989, publicada pela D. Quixote/SPA em 1998); representada pelo Grupo de Teatro “Passagem de Nível”, da Amadora, em 2006.
1987- A LONGA MARCHA PARA O ESQUECIMENTO (representada e publicada pelo CETA, Aveiro, em 1987);
1989- O SOLDADO JOÃO- teatralização do conto com o mesmo nome de Luísa Ducla Soares. Infantil. Inédita;
1990- POR MARES NUNCA DANTES NAVEGADOS- série televisiva exibida: participou com dois textos, no 1º episódio;
1990 - LAFÕES É UM JARDIM representada pelo “Cénico” (inédita em livro);
1992- ERA UMA VEZ UM CORAÇÃO, teatralização de um texto didático do Prof. Políbio Serra e Silva - representada pelo “Cénico/Infantil” e por várias Escolas da Região Centro (inédita em livro);
1995- É(H) MEU! (para adolescentes). Representada pelo “Cénico/juvenil em 1995/96; publicado pela D. Quixote/ SPA juntamente com “O Circo Ibérico” (1998).
1996 – GRAÇAS E DESGRAÇAS D´ EL REI TADINHO (infantil). Teatralização do conto de Alice Vieira com o mesmo título. Representada pelo Cénico/infantil.;
2007– “O CARTEIRO DE PABLO NERUDA”, dramatização do romance com o mesmo título de António Skarrmeta;
2010- DOIS EM UMA (António-Antónia de Aveiro”, recreação teatral do texto “Antónia-António-Antónia” de João de Lemos, levada à cena pelo CETA (Aveiro) em Fevereiro/Março de 2011, com o título de ANTÓNIO/ANTÓNIA..
2011- DEITADAS NO PASSADO - peça de teatro em dois atos.
2012/13- LEVANTAMENTO DE ARCOZELO (inédito em livro).Representado pela Universidade Sénior de SPSUL nesse ano letivo, sob direção e encenação do autor;
2013 – Publicação em livro das três peças – CARTEIRO DE PABLO NERUDA; DOIS EM UMA E DEITADAS NO PASSADO, sob o título genérico TEATRO DE FIM DA TARDE – Edições Esgotadas, Viseu.
2013 – “MARAVILHA FATAL DA NOSSA IDADE – FIM DE LINHA” (inédita), tragicomédia da vida de um rei e do seu povo na contramão da História.

A sua obra teatral tem merecido o interesse e o estudo dos meios universitários portugueses e brasileiros. Em Portugal: algumas teses de mestrado, nas Universidades de Lisboa e Aveiro. No Brasil: uma tese de livre docência na Faculdade de Letras da Universidade de S. Paulo e várias comunicações de professores e alunos, da mesma Faculdade.

Como ficcionista e memorialista, escreveu:
2009- A CAMINHO DO NUNCA? ou Minha Loucura outros que me a tomem…”, estórias na História dos anos 60 - (ed. Húmus).
2010/11- OS DOIS PRECS NO DISTRITO DE VISEU- (Memórias de uma “guerra” quase pessoal) – ( Edições Esgotadas, Viseu).

Na área da historiografia escreveu, ainda:
1996- “História do Cénico - ou 25 anos de um País através de uma associação de cultura e recreio” – inédita.
2004- “S. Pedro do Sul da Minha Memória” – Entre invocações e vivências, cem anos de uma vila do Portugal profundo, publicado no jornal “Gazeta de Lafões” de S. Pedro do Sul.

Escreveu também em jornais diários nacionais (“Diário de Lisboa”, “República”, “o diário” e “Diário de Notícias” - onde durante quase um ano (1995/96) manteve uma crónica semanal. Também colaborou em jornais e rádios locais, designadamente na “Rádio Noar” de Viseu, onde, desde os princípios de 1995 até fins de 1996 atirou, semanalmente, para o ar a ironia das suas crónicas de evocação histórico-cultural de uma cidadezinha de Província. Colaborou, mensalmente, desde 2000 até 2006, com um artigo de opinião, no “Jornal do Fundão”).

Na área sociocultural:
1961- Fundou, juntamente com outros cinéfilos de S. Pedro do Sul, a Sociedade Particular dos Amigos do Cinema que, sob a sua direção, se veio a transformar numa espécie de cineclube e num espaço teatral por onde, na década de 60, passaram grandes espetáculos a nível nacional.
1961- Refundou, juntamente com outros opositores ao Regime Salazarista, a União Desportiva Sampedrense (UDS) que foi a primeira “escola política” (clandestina) da Região de Lafões que funcionava sob a capa de um club de futebol.
1971- Fundou, com José de Oliveira Barata e Manuela Cruzeiro, o Cénico - Grupo de Teatro Popular de S. Pedro do Sul que ao longo dos anos se transformou numa referência, a nível nacional, do Teatro de Amadores com grande qualidade artística.
1996- Foi nomeado formador pelo Conselho-Pedagógico da Formação Contínua do Ministério da Educação, nas áreas do Direito e Expressão Dramática (18/9/96).
1989 -1997 - Foi Presidente suplente da Direção da Sociedade Portuguesa de Autores na década de 80, e Vice-Presidente da Mesa da sua A.G. (juntamente com José Saramago e David Mourão Ferreira).
1990/2000- Desenvolveu uma intensa atividade cultural, na área do Teatro, junto das Escolas (mais de trezentas ações, com a duração de cerca de 3 horas cada uma, por todo o país, desde o Minho ao Algarve e Madeira).
Interveio em todos os Congressos, várias Assembleias e inúmeras Reuniões que, sobre o Teatro, se realizaram em Portugal, desde 1971, até 1990.
2012/2013 – Professor da disciplina de Teatro na Universidade Sénior de S. Pedro do Sul. Montou aí com os seus alunos um espetáculo sob o tema NA BARCA DE GIL & JAIME, com textos de Gil Vicente e Jaime Gralheiro.
2013-2014 – Professor da disciplina de Teatro na Universidade Sénior de S. Pedro do Sul. Está a montar com os seus alunos um espetáculo sobre a sua peça ARRAIA MIÚDA. 


 Como Encenador:
1962/63- Faz a sua 1ª experiência de encenação com um Grupo de Estudantes de Viseu de que fazia parte o ex-Presidente da República de St. Tomé e Príncipe, Fradique Menezes. Peça encenada: “Epifânio Lacerda”.
Desde a sua fundação, dirigiu, artisticamente, o “Cénico - Grupo de Teatro Popular”, encenando em conjunto com José O. Barata, os seus três primeiros espetáculos: “Auto da Compadecida” de Areano Suassuna; “Sapateira Prodigiosa” de Federico Garcia Lorca e “Na Barca com Mestre Gil” da sua autoria.
A partir de 1975 passou a encenar, sozinho, todos os espetáculos montados pelo “Cénico”: “Arraia Miúda” (1975/76); “O Homem da Bicicleta” (1977/78); “D. Beltrão de Rebordão” (1978/79); “A Grande Jogada” de José Viana (1980); “Viva o Lobo Mau” e “Farruncha” (1985); “Lafões é um Jardim” (1990/91); “Onde Vaz, Luiz?” (1991/92); “Era uma Vez um Coração” (“Cénico/Infantil”, 1992/93); “Tartufo” de Molière/Llovet (1993/94); “Viva o Lobo Mau” e Farruncha (“Cénico/Infantil”, 1994/95); “É (H) MEU!” (“Cénico/Juvenil”, 1995/96); “O Canto da Terra” com o Grupo de Cantares de Manhouce (1995); “Vem aí o Zé das Moscas” (Cénico/Infantil) de António Torrado (1997/98); “Na Barca com Mestre Gil” (2ª versão) (Cénico/Adultos, 1997/98); “Graças e Desgraças de el-Rei Tadinho” de Alice Vieira, “Cénico/Infantil” (2001/2) e nova montagem de o “Auto da Compadecida” de Areano Suassuna, no Cénico/Adultos, (2001/2) e “João e Guida” de Ilse Losa, Cénico/ Infantil (2002/2003); “Médico à Força” de Molière, Cénico/Adultos, (2003/2004); “Dantas e Dantas, Almada & Cia” de Júlio Dantas e Almada Negreiros, Cénico/Adultos, (2005/2006) e “O Bem Amado” de Dias Gomes, Cénico/Adultos, (2009/2010).
Em 2010 o Cénico prescindiu dos seus serviços como encenador, nomeando outro, sem lhe dar conhecimento.
1999/2000- Encenou no CETA, em Aveiro, “Três Máscaras” e “Mário, Eu próprio – o Outro” de José Régio, com o título genérico de “Talvez...Morrer”.
2012/2013 – Encenou na Universidade Sénior de S. Pedro do Sul um espetáculo N`A RCA DA BARCA de GIL & JAIME com textos de Gil Vicente e Jaime Gralheiro.
2013-2014 – Está a encenar na Universidade Sénior de S. Pedro do Sul a sua peça ARRAIA MIÚDA para ser apresentada no dia em que vai ser atribuído o seu nome ao Cineteatro local e integrada nas comemorações dos 40 anos de Abril.

Menções e Prémios:
Recebeu várias menções e prémios como encenador de Teatro de Amadorfes. Para além disso, em
1993- Recebeu a Medalha da Ordem dos Advogados, assinalando os 35 anos da profissão;
1997 – Foi homenageado como Autor do Ano pelo 7º Ciclo de Teatro de Autores Portugueses (CITAP – Amadora) com exposição da sua obra (autor e encenador) e sessão pública de homenagem (Maio);
1997 – Recebeu o galardão do Centenária da patrona da Casa-Museu Maria da Fonte
1997 – Foi homenageado por toda a sua obra pela revista ANIM`ARTE de Viseu (12 de Julho);
1998- Foi condecorado com a Medalha de Mérito Cultural, pelo Ministro da Cultura de Portugal;
1998 – Recebeu o Diploma e Medalha de Instrução e Arte da Federação Portuguesa das Coletividades de Cultura e Recreio (31 de Maio)
1998 – Foi-lhe atribuído o PRÉMIO DE CARREIRA de 1998 pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), (1 de junho):
2000 – Recebeu a Medalha de honra do Museu Maria da Fontinha;
2003- Recebeu a Medalha de Mérito Cultural “Austregésilo de Athaíde” outorgada pela Academia de Letras e Artes de Paranapuã, do Rio de Janeiro.
2005- Recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores.
2008 – Recebeu a Medalha da Ordem dos Advogados, assinalando os 50 anos da profissão.
2011- Recebeu a Medalha de Honra da Ordem dos Advogados pela forma como digna e exemplar como, durante toda a sua vida, pautou a sua atividade como advogado e como cidadão.
2011- Foi-lhe prestada uma homenagem nacional, promovida pelo PCP, em S. Pedro do Sul (17 de Setembro), onde participaram centenas de pessoas de todo o país e de todos os setores políticos.
2011- Foi-lhe prestada outra homenagem promovida pelo Centro Cultural da Malaposta (Odivelas), com a apresentação de uma versão sintetizada da sua peça “Vieram para Morrer” com a qual se iniciou a 6ª festa do Teatro amador da Malaposta de que ele foi nomeado patrono (28 de Setembro).

- Nota tirada de uma carta escrita pelo pai de uma das crianças que participaram, sob a sua direção, nos vários espetáculos do “Cénico infantil”: Minha família, como muitas nesta terra, estará sempre em dívida pelo seu trabalho, sem preço, oferecido à educação dos nossos filhos.

Atividade Política:
Ao lado da sua atividade profissional e artística, desenvolveu uma aguerrida atividade política, tendo, antes do 25 de Abril de 1974, participado, desde 1961, em todas as chamadas “campanhas eleitorais”, pela Oposição Democrática” até 1973;
Participou também no 2º e 3º Congresso Republicano e Democrático de Aveiro, tendo, no 3º em 1973, dirigido a secção “Desenvolvimento Regional”.
Depois do 25 de Abril de 1974, foi Presidente da 1ª Comissão Administrativa da Câmara de Pedro do Sul, de onde foi “corrido” no “Verão Quente de 75”.
Encabeçou a candidatura do MDP/CDE, à Assembleia Constituinte, pelo distrito da Guarda em 1975.
1979 – inscreveu-se como militante do PCP
A partir deste ano e até aos anos de 90, passou a ser candidato (normalmente cabeça de lista) pela FEPU; APU e CDU (coligações do PCP com outra forças de Esquerda) nas várias eleições legislativas, pelo distrito de Viseu. Nunca foi eleito.
Pela mesma força política concorreu, várias vezes, às eleições autárquicas, em S. Pedro do Sul, tendo sido eleito em 1978, altura em que lhe foi recusado o “pelouro” da Cultura, sendo-lhe, acintosamente, sido atribuído o pelouro das “Feiras e Mercados”. Demitiu-se e passou para a AM.
Foi sempre eleito (desde 1978 até aos meados dos anos 90) pela mesma força política para a Assembleia Municipal.
Agora é uma espécie de lenda da Esquerda revolucionária…








                                                      Aurora Simões de Matos

sábado, 19 de abril de 2014

TEMPO PASCAL----A PÁSCOA DOS EMIGRANTES


Vidas em Regresso





A PÁSCOA DOS EMIGRANTES

Deixaram um dia
a musicalidade das fontes
e o trilho de caminhos desabridos
com a saudade
que a brisa dos seus sonhos tentou em vão esconder

Encheram cidades cinzentas de estranhas falas rezadas
e ajudaram a poluir horizontes apertados
onde não cabia sequer a sua crença

Aprenderam linguagens sem estilo
e ofereceram suor e lágrimas
a caminhos que não eram os seus


Espelharam miragens encantatórias
em cada regresso
às origens agrestes de seus pais e avós

Elegeram a PÁSCOA
como a primeira das três vezes
em que no ano haveriam de vencer todas as distâncias
adentrando a estação maravilhosa


Reabrem as varandas das encostas
saboreiam aromas púberes
adoçados na masseira das lembranças
emolduram de perfume a rosmaninho e alecrim
portas que se oferecem à Visita do Senhor
e a rituais de romântica ancestralidade

Trazem dias de festa
e emprestam pinceladas coloridas 
ao xisto negro que os viu nascer...
ao granito duro que os viu partir...


                                             Aurora Simões de Matos



sexta-feira, 11 de abril de 2014

CONFECÇÃO DO BOLO PODRE DE CASTRO DAIRE

BOLO PODRE DE CASTRO DAIRE....RECEITA

BOLO PODRE DE CASTRO DAIRE

RECEITA




 pão.
Receita: Tomem-se 2 kg de farinha de trigo (normal); 1/2 kg de açúcar branco; 1/2 litro de azeite fino; 25 ovos inteiros; 100 g de manteiga; 75 g de banha de porco; canela em pó a gosto (para estas quantidades 2 de colheres de chá); 250 a 300 g de fermento de padeiro; uma pitada (1 colher de chá) de sal.
Deita-se a farinha na masseira e mistura-se-lhe o açúcar e a canela. Faz-se uma cova ao meio e despeja-se dentro o fermento previamente desfeito num pouco de água morna. Mexe-se tudo muito bem e, enquanto se vai mexendo, vão-se misturando os ovos (que devem estar num recipiente com água morna), um a um. Se forem muito grandes, por vezes nem se gastam todos quantos a receita preceitua. Amassa-se, então, muito bem, como se amassa o pão, mesmo a murro. Quando estiver meio amassada, mistura-se o azeite (a ferver), a manteiga derretida e diluída no azeite, assim como a banha. Continua a amassar-se até a massa empolar e as mãos sairem limpas. Cobre-se, então, com um panal e deixa-se a levedar durante o tempo que for preciso. Quando a massa acabou de crescer, tira-se o panal e estende-se num tabuleiro grande de madeira onde se vão colocando os bolos meios moldados numa tijela grande ou alguidar, aconchegando-os um a um com o panal, para eles crecerem para cima. E assim ficam a levedar mais uma hora. A seguir leva-se cozer no forno de lenha, se não possuir poderá cozinhá-lo num forno de gás ou eléctrico o resultado embora não tão rústico é bastante agradável na mesma.


Receita da net

quinta-feira, 10 de abril de 2014

PRIMAVERA...APELOS



APELOS DE PRIMAVERA




Já o chão se enfeitou de presentes...

Se souberes escutar
 ouvirás o arbusto a gargalhar de verde
o brilho das estrelas
coado na limpidez das águas...

Tal qual a criança
 que frágil se abalança entre passos de gozo
aprende a esquecer
a velha condição da natureza morta
e parte à conquista de alianças de vida...

Já o o ar se encheu de secretos apelos...

Se souberes escutar
ouvirás na lonjura a dimensão de um sonho
segredo guardado a desabafar
o zumbido urgente de uma esperança nova...

À boca do peito encosta as mãos em cruz
e esculpe o modelo do amor que renasce...


Aurora Simões de Matos