A NATUREZA TEM DESTAS COISAS,
O HOMEM TAMBÉM...
SEXTA FEIRA SANTA
A Natureza tem destas coisas... o Homem também!
Na dor do tempo crucificado de dores, abre-se a mão e o coração para apanhar a última réstia de calor benfazejo. Que afaste a nostalgia, a desgraça e a revolta de quantas Cruzes foram plantadas no Calvário destes dias.
E nem um ténue fio de luz acontece. Sequer uma brisa a recordar o ciclo da vida. A lembrar que à tristeza sucede a bonança. Que o tumulto faz adivinhar a mansidão das horas. Que a esperança ainda faz vibrar o mundo.
Nem um arrepio de corpo que faça estremecer o luto da alma. Ou mesmo o breve trovão a deixar o último sinal de voz.
Apenas a indecisão das horas, a apreensão pela dúvida, o vazio do pano a rasgar na carne o significado da morte... o tempo à espera de uma redenção.
Apenas a indecisão das horas, a apreensão pela dúvida, o vazio do pano a rasgar na carne o significado da morte... o tempo à espera de uma redenção.
A MÃE AFLITA PELO DESTINO DE SEU FILHO !!!
Até que a próxima bomba humana estilhace vidas e alimente alaridos... apenas os dias atónitos, parados, esquecidos, neste tempo crucificado de dores.
A Natureza tem destas coisas... o Homem também...
Aurora Simões de Matos
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