CHUVA MIUDINHA
POEMA
Era uma chuva miudinha
muito leve,
tão leve que não caía
em vez de cair, subia
e andava pelo ar,
com vontade de brincar.
Só que eu não queria,
nem sequer me apetecia
brincadeira
e fiquei a olhar a chuva,
à minha porta encostada,
de maneira
a não ser importunada.
Mas a chuva miudinha
entrou
pela minha porta dentro
sem cerimónia nenhuma,
brincando ao sabor do vento
e molhou
e molhou-me todo o rosto
e levou minha pintura
e desfez meu penteado
e me deixou tão sem jeito,
que me deu para pensar
como é
que uma chuvinha a brincar
pôde meu dia estragar...
Aurora Simões de Matos
2 comentários:
Ar, vento e chuva fresca, exalam poesia, e, amoroso, o poema é de uma serenidade contagiante, ainda que se diga estragado, ou passado do tempo.
Beijo Aurora!
Beijo amigo,querida Teresa Alves,pela cortesia do seu comentário a um poeminha simples.
Por vezes apetece escrever momentos destes.O quotidiano tem sempre coisas tão belas ...
Grata,
Aurora
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