POEMA
IMPOSSÍVEL LIBERTAÇÃO
O mar veio beber nas minhas mãos
as saudades que trago no meu sangue.
A luz embebeda-me os sentidos
no torpor morno do areal vazio
onde perpassam sombras de nuvens preguiçosas.
Escorro suor dos cabelos exangues
pela brutalidade dos pensamentos
que acordaram a metáfora da canção
que estes lábios tiveram de calar.
E deixo-me ficar assim... morta de sono
pelo cansaço de tanto abandono...
E deixo-me ficar assim...à espera
que o mar me restitua as saudades...
porque não posso libertar-me do meu sangue...
Aurora Simões de Matos
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