domingo, 17 de março de 2013

O MAR


POEMA




               IMPOSSÍVEL LIBERTAÇÃO





 O mar veio beber nas minhas mãos
as saudades que trago no meu sangue.

A luz embebeda-me os sentidos
 no torpor morno do areal vazio
onde perpassam sombras de nuvens preguiçosas.

Escorro suor dos cabelos exangues
pela brutalidade dos pensamentos
que acordaram a metáfora da canção
que estes lábios tiveram de calar.

E deixo-me ficar assim... morta de sono
pelo cansaço de tanto abandono...

E deixo-me ficar assim...à espera
que o mar me restitua as saudades...
porque não posso libertar-me do meu sangue...

Aurora Simões de Matos








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