sexta-feira, 22 de novembro de 2013
DE JOELHOS
DE JOELHOS
Desta varanda sobre a vã paisagem
alonga~se o olhar por sobre os dias
O mundo abre-se aqui sincero
no momento colorido do poente
Despertaram os sentidos para novos encantamentos
rendidos à força da cor dos arvoredos
Ainda há um resto de alegria no rasto dos dias
ainda há sol a separar-nos do abismo
É hora de ajoelhar à passagem da vida
e recusar as verdades acabadas
Aurora Simões de Matos
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Meu Paiva Rio de Prata
Poema musicado de Aurora Simões de Matos
Homenagem ao Rio Paiva
(Clique no endereço abaixo, para poder aceder ao vídeo)
http://youtu.be/_XsVNLWSXGM
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
MONTANHAS MÁGICAS
MONTANHAS MÁGICAS
As "Montanhas Mágicas " acabam de ser certificadas
pela "The Europarc Federation"
como Destino Turístico Sustentável
no âmbito da Carta Europeia do Turismo Sustentável
em áreas protegidas
Foi a 06/ 11/ 2013
e a cerimónia decorreu no Parlamento Europeu
em Bruxelas
É o grande reconhecimento destes lugares
nos aspectos turístico, ambiental, geológico, ecológico, cultural e social, que urge preservar e valorizar
As "Montanhas Mágicas" são o conjunto do vasto território
das serras do Montemuro, Freita e Arada,
os rios Paiva e Vouga e o Arouca Geopark
e foram em Bruxelas representadas pela ADRIMAG
Serra do Montemuro
Serra da Freita
Rio Paiva
das serras do Montemuro, Freita e Arada,
os rios Paiva e Vouga e o Arouca Geopark
e foram em Bruxelas representadas pela ADRIMAG
Serra do Montemuro
Freita
Frecha da Misarela
Freita
Freita
Freita
Freita
Arouca Geopark
Rio Vouga - S. Pedro do Sul
Parada de Ester - Montemuro (beira-Paiva)
Parada de Ester - Montemuro
Montemuro
Serra da Arada
S. Macário no Maciço da Gralheira-Arada
Aldeia da Pena-Arada
Serra da Freita-aldeia de Cortegaça
Mizarela
Rio Paiva
Paiva
Montemuro
Aldeia perdida na serra do Montemuro
Foto tirada a partir do Montemuro para a Freita. Ao longe, a Estrela
Fotos de:
Photozms Jose D. Silva
Pedro Figueiredo
Eduarda Geraldes
Carlos Batista
Carlos Batalha
(a todos, o meu agradecimento pelo vosso trabalho, na recolha de imagens de lugares avassaladores, na sua grandiosidade e ambiência singulares)
Aurora Simões de Matos
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
OUTONO NO DOURO
OUTONO NO DOURO
Poema de Aurora Simões de Matos
Poema de Aurora Simões de Matos
Rio de ouro saudoso
Do outono nos vinhedos
São de fome e de fartura
Tua história e teus enredos
Rio de ouro onde correm
Saudades que ninguém mata
Levas mágoas e segredos
Nas tuas águas de prata
No meio da solidão
Tuas águas vão descendo
Como se o choro das vinhas
Para o mar fosse correndo
Rio azul cor de céu
Serpenteando entre vales
No teu fundo escondi eu
Meus sorrisos e meus males
Tuas uvas madurinhas
São teu sinal de riqueza
Que ostentas com despudor
Em quadros de louvor
À Rainha Natureza
Sempre que chega a vindima
Neste Douro Vinhateiro
As cantigas que são soltas
Esquecem todas as voltas
Do sofrer do ano inteiro
Douro de fartos vinhedos
Onde o sol queimou a terra
Tens nesse perfume a mosto
Bênçãos que o teu chão encerra
Onde o sol queimou a terra
Tens nesse perfume a mosto
Bênçãos que o teu chão encerra
Com retalhos de mil cores
Entre soberbas paisagens
Encheste o olhar de Torga
De soberbas linguagens
Meu Douro segredo meu
Rio e Terra num abraço
Quando o céu mudou de cor
Meu Douro que um sonho ergueu
No misterioso enlaço
Do trabalho e do amor
***
Meu Douro segredo meu
Rio e Terra num abraço
Quando o céu mudou de cor
Meu Douro que um sonho ergueu
No misterioso enlaço
Do trabalho e do amor
***
Poema de Aurora Simões de Matos
(fotos da net, in Roteiro do Douro)
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
BRUXAS E ASSOMBRAÇÕES
BRUXAS E ASSOMBRAÇÕES
(neste Dia das Bruxas de 2013)
(...)
Estamos,portanto, perante uma sábia figura feminina de grande calibre psicilógico, coragem, boa vontade, espírito disponível e solidário. E também de uma boa disposição contagiante.
Não admira, pois, que, quando pensei escrever sobre o fantástico das assombrações, espíritos, almas penadas e bruxas à solta na nossa terra, tivesse contactado a minha amiga Maria para me contar, como só ela sabe, algumas das historietas que por lá se ouvem meio entre-dentes, um tantinho a brincar, um tantinho a sério.
Ao telefone, tivemos uma conversa inesquecível, que me deu conta de que, segundo ela, não há fonte, barroco ou ribeiro, onde os espíritos das águas não tentem interferir com a vida dos que por cá continuam.
- Lembra-se, sra. professora, do ribeiro da Valtijosa? Pois aí, uma noite, o Revolta viu um gato preto e teve de se desviar.
- Coitadinho do gato! Ó Maria, não seria ele de algum vizinho e não andaria perdido por ali?
- Não senhora, aquilo era o diabo!- sentenciou, sem me dar azo a argumentos.
- E no alambique da fonte? A gente metia-se lá dentro a fazer a aguardente de noite e não se podia abrir a porta a ninguém. Ele batia, batia, mas ninguém abria...
- Ó Maria, não seria alguém que passava no caminho e queria meter conversa?
- Não senhora, aquilo era o diabo! - sentenciou, sem me dar azo a argumentos.
- E quando eu morava lá em cima, à beira da estrada? Uma vez de noite, estava com o meu homem à janela e ouvimos uma orquestra. Pensámos que era a música de algum baile. Mas não era, porque a orquestra foi-se afastando. E houve uma altura em que se ouviu um barulho tão grande, mas tão grande, que parecia que deitava tudo abaixo. De manhã fui ao campo da Silveira ver o que se tinha passado...e estava tudo na mesma.
- Ó Maria, não teria sido alguma camioneta de carga que passou na estrada, levando a música em alto som... e que se foi afastando...?
- Não senhora, aquilo era o diabo! sentenciou, sem me dar azo a argumentos.
- E quando eu morava perto da fonte? Uma noite, uma mulher que eu bem conheci em vida, bateu-me à porta e pediu-me que fosse ao S. Macário levar uma oferta, pois tinha morrido sem cumprir aquela promessa. Respondi que fosse ter com a família dela, com mais posses que eu. Mas ela não falou com ninguém da família. Procurou antes a R...do Povo de Cima, que a senhora deve conhecer. E essa então é que foi ao S. Macário levar uma menina de cera, para a defunta poder descansar em paz...
- Ó Maria, isso não terá sido um sonho seu???
- Não senhora, aquilo era uma alma penada! - sentenciou, sem me dar azo a argumentos.
- São as bruxas!- disse o meu pai, em voz baixa. Vamos espreitar pelo janelo...
E sabe o que vimos? Estavam três no ribeiro a lavatearem-se. Mas eu bem as conheci. Eram a G...., a B... e a T..., sim senhora, que eu bem as vi!!! E no fim foram-se embora em fila pelo carreiro, cada uma com sua lanterna.
- E quando elas vos apalparam, o que traziam vestido?- perguntei divertida.
-Ah...isso não vimos, porque estávamos de olhos fechados, cheiinhos de sono...
- Ó Maria, não seriam pessoas que andassem a regar de noite e fossem ao ribeiro virar a água ou mesmo lavarem-se?
- Não senhora, aquilo eram as bruxas! - sentenciou, sem me dar azo a argumentos.
Foi uma conversa saborosíssima. Eu pasmei com a ingenuidade da Maria. Ela pasmou com a minha ingenuidade.
E afinal, quem sou eu, para duvidar das certezas de uma amiga???
Aurora Simões de Matos
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