terça-feira, 9 de outubro de 2018

PRECE


PRECE


Águas do céu, descei ao deserto
que um fio desperte para a vida
inundai de fragor o silêncio vazio da areia
fazei fértil o gesto ermo

Dai voz à mudez das pedras sem lábios
entrai nos corpos semeados por dentro de frágil futuro

Abri caminho por entre esperanças derrubadas
estendei-vos de movimento nas fadigas da secura

Matai a sede. Urgente a tempestade, a bonança não tarda


                                           © Aurora Simões de Matos


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