sábado, 1 de dezembro de 2012

SOLTA O TEU PENSAMENTO














SOLTA O TEU PENSAMENTO





Estende o corpo no chão e esquece o momento.
Deixa que o sol abrase tua pele e teu sangue.
Solta o teu pensamento. Deixa o tempo voar
ao sabor só do vento. Solta o teu pensamento.


Risca risos, palavras, esquece o sofrimento
do diário que um dia começaste a escrever.
Risca gritos, segredos, risca ecos do vento
lembrando algum lamento. Solta o teu pensamento.


Na leveza do nada, vais ainda sentir
o suor no teu rosto, o sal em teu olhar.
Vais ainda sentir na tontura do vento


a resposta calada à vertigem do mar.
Vais ainda acordar do teu esquecimento
estendida no chão. Solta o teu pensamento.


Aurora Simões de Matos



2 comentários:

Ramos disse...

Adorei! As pessoas que só pensam em números, por vezes, também têm capacidade de adorar. Vou traduzir este belo soneto para o masculino e meter-me dentro dele.
Um abraço do
Felisberto.

raiz de xisto disse...

Caríssimo Felisberto
Grata pela tua tradução,desejo muito que te descontraias no meu poema.Até ao limite do sonho.
Estende o corpo no chão e descansa da vida//Deixa que o tempo aqueça teu olhar sobre o mundo//Deixa que o dia esqueça o teu mal mais profundo.//Acordarás do sonho de alma bem renascida.
Assim to desejo,Amigo!
O meu apreço
Aurora