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NAS RUGAS DO TEMPO A PRETO E BRANCO
A natureza recolheu, nos montes, os seus enfeites de cor, para cobrir-se com o manto frio que enregela os ossos e a alma, até ao mais fundo das entranhas da terra.
E nas rugas do tempo envelhecido pelo inverno, há corpos que se ressentem ao sopro gelado que corta a pele em lancinantes profundidades.
É o passar impiedoso dos codos e cieiros da vida, que mata todos os sonhos já desamarrados de qualquer canção.
É o passar impiedoso dos codos e cieiros da vida, que mata todos os sonhos já desamarrados de qualquer canção.
Como se, ao perderem o refrão da existência, nas curvas apertadas de tão longos e difíceis caminhares, a erosão não lhes deixasse outra música, senão a triste balada de um choro carregado de memórias.
A dormência da natureza nem sempre ressuscita na natureza das gentes.
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