NEVE NO MONTEMURO
POEMA
AMORTALHADO
É o Montemuro branco amortalhado
silêncio pesado que lhe cobre o corpo
no frio parado que lhe esconde o rosto
na grandeza austera do céu transbordado.
É a serra inerte de alma despojada
na distância em flancos cobertos de alvuras
onde o som que corta o ar das alturas
me zurze de invernos a boca gelada.
É a cor do frio no tempo parado
de corgos que choram murmúrios de dor
nas pedras que calam sua voz de amor
ao êxtase branco do amortalhado.
Aurora Simões de Matos
2 comentários:
É na serra vestida de branco que a poetisa se vivifica, na transparência imaculada das suas palavras e sentires.
Assim seja a poesia sempre, essa fonte de água pura, que na fluidez dos versos nos enche a alma...
Maravilhoso poema, querida Aurora Simões de Matos!
Beijinho sempre amigo! ***
Como em todos os comentários de Cristina Cebola,leio e sinto aqui a sua Poesia .Em palavras de gosto requintado.
O meu abraço,Poetisa!!! ***
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