quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

NEVE NO MONTEMURO
 
 
 POEMA
 
 
AMORTALHADO
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É o Montemuro branco amortalhado
silêncio pesado que lhe cobre o corpo
no frio parado que lhe esconde o rosto
na grandeza austera do céu transbordado.
 
 
 
É a serra inerte de alma despojada
na distância em flancos cobertos de alvuras
onde o som que corta o ar das alturas
me zurze de invernos a boca gelada.
 
 
 
É a cor do frio no tempo parado
de corgos que choram murmúrios de dor
nas pedras que calam sua voz de amor
ao êxtase branco do amortalhado.
 
 
 
 
Aurora Simões de Matos

2 comentários:

vida entre margens disse...

É na serra vestida de branco que a poetisa se vivifica, na transparência imaculada das suas palavras e sentires.
Assim seja a poesia sempre, essa fonte de água pura, que na fluidez dos versos nos enche a alma...
Maravilhoso poema, querida Aurora Simões de Matos!

Beijinho sempre amigo! ***

raiz de xisto disse...

Como em todos os comentários de Cristina Cebola,leio e sinto aqui a sua Poesia .Em palavras de gosto requintado.


O meu abraço,Poetisa!!! ***