domingo, 28 de abril de 2013

VASTIDÃO---POEMA

VASTIDÃO





De todos os cimos se contemplam as estrelas
que as auroras escondem de mansinho
em cada despertar de novas fontes para prodígios de luz
espelhadas em veios de sangue à flor da pele.

De todos os cimos a noite se raia de brisas
balouçando o compasso das sombras nos fraguedos
até se abrir em longos gemidos
na amargura das giestas à flor do vento.

De todos os cimos as nuvens se pressentem 
esquecidas já do mar
filtros de sol castelos dos cabeços
em jogo de escondidas jogo errante
até se perderem de cansaço
na liberdade infindável.

De todos os cimos se estendem horizontes
na vastidão autêntica dos pertos e dos longes
vales e planaltos
o sombrio dos fundos tumulares
e o recorte do céu pousando sobre os montes
encontros e desencontros de distâncias
condenadas ao esmagar das magnas quietudes.


                         Aurora Simões de Matos

2 comentários:

vida entre margens disse...

Um poema imenso...de quem olha o mundo de todos os cimos. De outra forma, nenhum olhar poético seria capaz de alcançar tamanha amplitude...

Um grande beijo minha amiga...:)

raiz de xisto disse...

Muito grata sempre,pelas leituras poéticas que faz aos meus textos,que mais não são que fragmentos de sensações vividas e recordadas a todas as horas de uma vida,onde os cimos sempre tiveram o impacto das alturas das belezas austeras da minha terra...
Beijinho,poetisa Cristina Cebola....